Conhecendo o desenvolvimento dos filhotes de tubarões e raias
- Projeto Bióicos
- 15 de mar.
- 4 min de leitura
Autores: Talita Sant’Ana Chervenka, Raphaela A. Duarte Silveira, Raphaela Alt Müller e Douglas F. Peiró

Ovos de tubarão-bambu-de-mancha-branca Chiloscyllium plagiosum. Fonte: Júlia Sumangil/WikimediaCommons (CC BY-SA 4.0).
Tubarões e raias são peixes cartilaginosos que fazem parte da classe Chondrichthyes e subclasse Elasmobranchii. Apesar das suas diferenças, elas possuem mais de uma forma de gerar seus filhotes, sendo algumas espécies ovíparas, vivíparas e ovovivíparas.
O tempo de gestação, assim como o número de filhotes, varia de espécie para espécie, como por exemplo, a raia-viola-do-focinho-curto Zapteryx brevirostris gera seis fetos por gestação entre 6 e 7 meses, e a raia-focinho-de-vaca Rhinoptera bonasus, gera apenas um feto por gestação entre 11 e 12 meses.
OVIPARIDADE
A oviparidade é quando o embrião se desenvolve dentro de um ovo, num ambiente externo, sendo ele terrestre ou marinho, sem ligação com o corpo da mãe. O tubarão-chifre Heterodontus francisci e a raia-pequena Leucoraja erinaceus são animais ovíparos. Além deles, há diversos animais com esse tipo de gestação, como as galinhas e as tartarugas.
Como o desenvolvimento do embrião não tem ligação alguma com o corpo da fêmea, toda a nutrição para ele vem direto do ovo, havendo uma grande variedade no formato dos ovos para cada espécie.
As vantagens para os animais ovíparos são que há uma certa proteção ao embrião por estar envolto em uma casca, como também há um número maior de ovos postos. Assim há mais embriões que podem se desenvolver ao mesmo tempo. Porém, por ficarem em um certo lugar no ambiente, os ovos acabam ficando vulneráveis à predação, como também à temperaturas extremas ou à desidratação.

Embrião vivo em um ovo de tubarão no aquário de Okinawa, Japão, sendo possível observar sua silhueta. Fonte: Pelican/Flickr (CC BY-SA 2.0).

Cápsulas de ovos de tubarão-chifre Heterodontus francisci a esquerda e de tubarão Cephaloscyllium ventriosum a direita, ambas no aquário de San Diego. Fonte: Falashad/Flickr (CC BY 2.0).
VIVIPARIDADE
A viviparidade ocorre quando o embrião se desenvolve dentro do corpo da fêmea, de onde vem toda a nutrição necessária ao seu desenvolvimento. Não há, portanto, a presença de ovos. Assim como o ser humano, os caninos e os felinos, o tubarão-de-pontas-negras-do-recife Carcharhinus melanopterus e a raia-manta Mobula birostris são vivíparos.
Os animais vivíparos nascem bem maiores e já prontos para a vida adulta do que os que nascem do ovo. Contudo, para gerá-los dentro de si, os tubarões e raias acabam ficando vulneráveis, pois diminuem sua mobilidade, havendo uma dificuldade para procurar alimento e para escapar de predadores. Além disso, o número de filhotes é bem menor por haver pouco espaço quando comparado com a postura de ovos.

Filhotes de tubarão-de-pontas-negras-do-recife Carcharhinus melanopterus em uma praia das Maldivas. Fonte: Timo Newton-Syms/Flickr (CC BY-SA 2.0).
OVOVIVIPARIDADE
A ovoviviparidade acontece quando o embrião se desenvolve dentro de um ovo, que está dentro do corpo da fêmea, não havendo a postura de ovos igual aos ovíparos.
No caso de tubarões, o embrião recebe a nutrição direto do ovo, depois de um tempo ele rompe e o feto continua dentro do trato reprodutivo da fêmea. Em busca de nutrientes para o seu desenvolvimento e crescimento, esse feto se alimenta de seus irmãos e de ovos que não fecundaram (realizando assim o canibalismo). Essa é a primeira luta do animal para a sua sobrevivência, que ocorre ainda dentro da mãe. Os tubarões ovovivíparos são o tubarão-branco Carcharodon carcharias e o tubarão-tigre Galeocerdo cuvier. No caso da raia-pintada Aetobatus narinari, os fetos se alimentam de reservas nutricionais e não de seus irmãos.
Os ovos ficam mais protegidos dentro do corpo da fêmea (não são suscetíveis à predação, como os ovíparos), e eles nascem maiores (semelhante aos vivíparos) em comparação aos nascidos pela oviparidade. Entretanto, há a diminuição da mobilidade da fêmea, dificultando uma fuga de predadores e na procura de alimentos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos constatar que houve uma adaptação evolutiva dentro deste grupo diverso de animais, favorecendo espécies que possam gerar filhotes em diferentes tipos de ambientes. Há os ovíparos que fazem a postura de ovos, os vivíparos que são gerados dentro da fêmea, e os ovovivíparos que recebem nutrição do ovo ainda dentro da fêmea e nascem como um parto de vivíparos sem o ovo, cada uma dessas formas foi um resultado da adaptação, selecionando ao longo do tempo as melhores condições para cada grupo de espécies.
Bibliografia
KATONA, G. et al. Evolution of reproductive modes in sharks and rays. Journal of Evolutionary Biology, v. 36, n. 11, p. 1630-1640, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1111/jeb.14231. Acesso em: 11 mai. 2024.
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