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O que é Divulgação Científica?!

Atualizado: 23 de fev. de 2021

Autores: Fernanda Cabral Jeronimo, Thais R. Semprebom, Raphaela A. Duarte Silveira e Douglas F. Peiró



A fotografia mostra uma aula prática do curso presencial do Instituto Bióicos. Em primeiro plano, estão os alunos sentados na areia, de costas para a foto. Em segundo plano, em pé, estão dois monitores do curso e o professor Douglas Peiró ao meio. Em terceiro plano, está o rio Escuro e alguns bosques de manguezais. Ao fundo estão as montanhas com nuvens nos picos, o tempo está nublado.

Os cientistas estão presentes nas mais diversas áreas e são profissionais imprescindíveis para divulgar a ciência. Fonte: Instituto de Biologia Marinha Bióicos ©.



Já ouviu falar em divulgação científica? Esse termo é utilizado para nomear uma importante ferramenta de compartilhamento da ciência e sensibilização social.


A divulgação científica tem como objetivo aproximar a sociedade da ciência. De forma simples e acessível, os fatos e progressos científicos são traduzidos em uma linguagem cotidiana, de forma a contemplar um público heterogêneo, não necessariamente ligado à área científica.


É uma ferramenta utilizada para fins educativos, por isso deve ser estruturada e muito bem pensada previamente baseada nas seguintes perguntas: Dentro da ciência, o que é relevante para que a sociedade geral saiba? Qual é o público para o qual a divulgação será direcionada? E de qual forma ela será feita? É importante delimitar todos esses aspectos, pois a divulgação científica não é somente dizer de forma simples um conceito científico que pode continuar abstrato para pessoas leigas. Despertar o pertencimento ao assunto abordado é importante para que o conhecimento científico efetivamente auxilie a sua compreensão pelo grande público. Ou seja, além de aproximar, a divulgação científica propõe integrar sociedade e ciência.


Como esse grande público é heterogêneo, as mais diversas formas de divulgação de informação são válidas. A divulgação científica pode ser feita por meio de textos, como os artigos publicados nas revistas com proposta de difundir a ciência, como a National Geographic, Ciência Hoje, Revista Fapesp, Scientific American Brasil, e a Revista de Biologia Marinha de Divulgação Científica do Instituto Bióicos, ou então por muitos canais de notícias diversas. Folhetos informativos, história em quadrinhos e reportagens são alternativas visuais e lúdicas para transmitir informações científicas.



À esquerda da fotografia está a capa da revista Biologia Marinha de Divulgação Científica do Instituto Bióicos, que leva o nome na parte superior e, abaixo do escrito, está o logo do Instituto, que possui uma tartaruga ao centro. À direita da foto, estão exemplos de artigos da revista, tais como aparecem no site: individualmente.

A Revista de Biologia Marinha de Divulgação Científica do Instituto Bióicos tem como objetivo difundir as ciências oceânicas em linguagem acessível e gratuita. Fonte: Montagem a partir de Instituto de Biologia Marinha Bióicos ©.



Além disso, a grande e recente expansão das redes sociais possibilitou ainda mais a democratização da ciência ao atingir milhares de pessoas em muito pouco tempo. Ferramentas como vídeos, podcasts e visitas monitoradas em museus também são formas de divulgação científica. Afinal, a linguagem utilizada pode ser modificada de forma a se encaixar nos mais diversos cenários e contemplar diferentes públicos. Entretanto, nem tudo o que vemos em posts nas redes sociais é divulgação científica! De fato, a divulgação científica é uma ferramenta inter e multidisciplinar extremamente importante que deve ser desenvolvida pelos cientistas!



Na porção superior da montagem está a reprodução da capa do canal do youtube do Instituto Bióicos e o símbolo do youtube, à esquerda. Na parte de baixo, está a reprodução da capa do podcast do Instituto bióicos, com um logo de um fone e um microfone à direita.

A divulgação científica possui diversos formatos, como vídeos e podcasts! Fontes: Reprodução das páginas do YouTube e do Podcast do Instituto de Biologia Marinha Bióicos.



Mas é importante ter cuidado! Da mesma forma que a informação verídica circula rapidamente, a informação falsa também. Não é raro encontrar especulações e notícias distorcidas sobre algum experimento ou novidade no mundo da ciência. Por isso é extremamente importante verificar a procedência das notícias. A divulgação científica pode ter vários formatos, porém deve ser feita de forma responsável, por cientistas, muitas vezes em parceria com jornalistas. Além disso, é dever do leitor verificar a procedência das informações. Cabe ressaltar aqui que existe a modalidade de Jornalismo Científico, que deve ser respeitada e incentivada. Muitos jornalistas vem fazendo este trabalho de difusão de maneira exemplar.


O cientista é o profissional que extrai o seu conhecimento da ciência, a partir de um método sistemático e reproduzível. Esses profissionais estão presentes nas mais diversas áreas da ciência, como a biologia, química, física, biomedicina, entre outros. Portanto, são pessoas com propriedade para falar e divulgar sobre ciência.


Por mais que a divulgação científica seja narrada por um apresentador e repassada em uma reportagem, sempre deve haver um cientista participando ativamente, amparando toda e qualquer informação. Afinal, qualquer pessoa pode noticiar uma descoberta científica. Já a divulgação científica não só dá a notícia, mas a explica e evita sua má interpretação.



Desenho de esquema circular da divulgação científica. No centro está o logo do Instituto Bióicos, que irradia para vários elementos na borda do círculo. Esses elementos representam as diversas forma de divulgar a ciência, como um computador, revista, microfone, televisão, jornal, certificado de cursos, vídeos e redes sociais.

Exemplo da rede de divulgação científica desenvolvida pelo Instituto de Biologia Marinha Bióicos, presente nos mais diversos meios sociais e de comunicação. Fonte: Fernanda Cabral ©, 2020.



DIVULGAÇÃO CIENTíFICA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL NÃO SÃO A MESMA COISA!


A divulgação científica e a educação ambiental estão intimamente relacionadas, ainda que sejam conceitos diferentes. A divulgação científica leva a informação ao público de forma compreensível por todos. Já a educação ambiental, que muitas vezes é desenvolvida em espaços de ensino, é responsável por despertar a sensibilização, consciência crítica e mobilização do ser humano perante a conservação ambiental. Dessa forma, serão capazes de problematizar um determinado cenário e, assim, podem reunir as ferramentas necessárias para tomar ações práticas para a sua resolução.



A IMPORTÂNCIA


A divulgação científica é um dos importantes pilares de atuação da educação, da pesquisa e da extensão universitária e é de extrema importância para o empoderamento, pois familiariza e informa o público sobre os fatos científicos mais recentes, possibilitando a participação ativa da sociedade no debate e resolução de problemas. Afinal, somos parte dos problemas ambientais e possuímos potencial para solucioná-los!


Os autores deste artigo são membros do Instituto de Biologia Marinha Bióicos para conservação dos oceanos, que é uma instituição dedicada à divulgação científica e educação das ciências oceânicas.



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Bibliografia


FERREIRA, Mariane Grando et al. Análise sobre educação ambiental abordada em artigos de divulgação científica. Revista Brasileira de Divulgação Científica, Itapetininga, v. 5, ed. 4, p. 3-17, 4 jul. 2018. Disponível em:


GOMES, Isaltina Maria de Azevedo Mello. Revistas de Divulgação Científica: uma proposta de tipologia. In: GRUPO DE TRABALHO PRÁTICAS INTERACIONAIS E LINGUAGENS NA COMUNICAÇÃO DO XX ENCONTRO DA COMPÓS, 20., 2011, Porto Alegre. Revistas de Divulgação Científica: uma proposta de tipologia. Porto Alegre: Campós, 2011. p. 1-15. Disponível em: http://www.compos.org.br/data/biblioteca_1709.pdf. Acesso em: 22 ago. 2020.


MARANDINO, M. et al. ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, IV., 2003, Bauru. A educação não formal e a divulgação científica: o que pensa quem faz? ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, IV., 2003, Bauru. [S. l.: s. n.]. 13 p. Disponível em: http://www.abrapecnet.org.br/enpec/iv-enpec/Arquivos/Orais/ORAL009.pdf. Acesso em: 3 Ago. 2020.


MARQUES, R. V., ROCHA, M. B. O uso da divulgação científica como forma de socializar conhecimentos ambientais. ENEDS, X., 2013, Rio de Janeiro. [s. n.], 2013. 11 p. Disponível em: http://www.eneds.net/anais/index.php/edicoes/eneds2013/paper/viewFile/404/330. Acesso em: 3 Ago. 2020.


NACIMENTO, Tatiana Galieta. Leituras de divulgação científica na formação inicial de professores de Ciências. Orientador: Profa. Dra. Suzani Cassiani de Souza. 2008. 376 p. Tese (Doutorado em Educação Científica e Tecnológica) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/91321/252247.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 4 Ago. 2020.


OLIVEIRA, Lérida. Educação científica e educação ambiental: aproximações em um programa de atividades voltado a crianças e adolescentes. Olhares & Trilhas, [S. l.], v. 12, n. 2, p. 1-15, 29 Mar. 2010. Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/olharesetrilhas/article/view/14730/12986. Acesso em: 3 Ago. 2020.


ROCHA, Marcelo Borges et al. Contribuições da divulgação científica na formação ambiental de estudantes da educação básica. Trilhas Pedagógicas, [S. l.], ano 2017, v. 7, n. 7, p. 172-184, Ago. 2017. Disponível em: http://www.fatece.edu.br/arquivos/arquivos%20revistas/trilhas/volume7/11.pdf. Acesso em: 4 Ago. 2020.


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